Produzir uma peça é apenas uma das etapas do desenvolvimento do trabalho de um grupo. Buscamos obsessivamente o aquecimento de nossas motivações e inquietações para que elas sejam expostas em cada obra que realizamos. A montagem de Febre – Um Sintoma Cênico dá seqüência a uma cadeia de discussões, originadas na peça Menos Emergências, sobre mecanismos sociais, violência e mídia. Lidar com essas questões significa para nós uma série de desafios no sentido de extrair das muitas questões investigadas, matéria prima para se pensar no homem e na sociedade de hoje.
Estamos expostos, confusos, febris: nossas experiências fazem parte deste processo e desafiam nossas certezas.
Estamos, habitualmente, adaptando, falsificando, forjando evidências para ajustar o nosso organismo, nossa razão, às condições de sua existência. Mas porque não incluir, como parte deste exercício, o reconhecimento das nossas fragilidades, discuti-las e confronta-las?
Ao convidarmos Fernando Kinas para criar o roteiro e dirigir este projeto, sabíamos pela própria trajetória dele, que acabaríamos também por abordar questões sobre a experiência teatral como ferramenta para refletir o mundo; além da idéia de jogo e brincadeira como chance para a descoberta e fruição da vida. Tínhamos nossas inspirações/inquietações e acreditamos que elas mereciam do teatro uma posição.
PAUSA CIA
Ps.1. O Projeto Valêncio inclui além de “Febre...” a peça “Mez da Grippe” de Valêncio Xavier, que tem sua estréia marcada para o dia 24 de julho no Teatro Novelas Curitibanas.
Ps. 2. A Pausa Companhia surgiu em 2003 e produziu as peças “Gravidade Zero” de Mário Bortolotto, “Aperitivos” de Mark Harvey Levine e “Menos Emergências” de Martin Crimp.
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